03Mar By pascom16/03/20220Artigos Quaresma: tempo de graça e salvação “Criai em mim um coração que seja puro”, o refrão do Salmo 50, que será recitado no V Domingo da Quaresma, expressa o mais profundo desejo de todos nós, neste itinerário quaresmal iniciado na quarta-feira de cinzas e que se estende até a quinta-feira da Semana Santa, antes da Missa da Ceia do Senhor. A Quaresma é tempo favorável para renovar e reavivar no coração de cada homem e mulher os compromissos batismais, favorecendo à vivência e a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Nesse mistério, experimentamos a morte e a ressurreição em Cristo e, em uma vida nova, reconhecemos o elevado valor de sermos irmãos e irmãs (Prefácio da Quaresma I). É tempo de graça e salvação, que nos dá a possibilidade de nos libertar do egoísmo e da nossa incapacidade de acolher a proposta libertadora do Reino de Deus! Para tanto, somos convidados pela e com a Igreja a seguir para o deserto com Jesus, experimentar e vivenciar a sua vida e, lá, sermos provados como Ele o foi. Mergulhados nesse mistério que nos impacta e desafia, encontramos a cada dia um profundo vazio existencial, gerado pelo pecado – a ruptura relacional com Deus e seu projeto – que nos afasta do próximo, de Deus e de nós mesmos. Assim, a Igreja nos oferece os exercícios quaresmais: a fim de nos reaproximar do próximo, a esmola; de nós mesmos, o jejum; e de Deus, a oração. Por meio da esmola, do jejum e da oração, somos convidados a conversão e a imitar a misericórdia de Deus, que acolhe a nossa fragilidade e nos encoraja a assumimos a nossa dignidade de filhos e filhas de Deus, mesmo que tenhamos que passar pelo calvário. Nesse tempo, a Igreja no Brasil, nos pede para refletir sobre a “Fraternidade e superação da Violência” (CF/2018), para que a nossa conversão não seja ritual, mas concreta e existencial, superando a cultura de morte e violência que se impregnou em nós e se instalou em nossa sociedade e no mundo. Desse modo, possamos superar a violência em todas as suas formas, renovando nossos compromissos batismais, superando o pecado e ressuscitando em uma vida nova em Cristo e, assim, reconhecendo que, em Cristo, todos nós somos irmãos! Diácono Josilmar Andrade