03Mar By pascom16/03/20220Artigos SANTO AFONSO: um homem para nosso tempo! O Brasil é campeão de violência no mundo, segundo a publicação Small Arms Survey, realizada sob o patrocínio da ONU. São cerca de setenta mil mortes violentas por ano no país. Aqui, ocorrem mais mortes com arma de fogo do que em chacinas e atentados no mundo inteiro. Há mais homicídios no Brasil do que em guerras recentes pelo mundo afora. São fontes de violência em nosso país: ódio de raça, de classe, de gênero, de política, de religião e outras mais, como desigualdade econômica e social. Há também fatores que favorecem a violência: ação ou omissão do poder público; atuação do poder econômico (quem tem dinheiro paga segurança, quem não tem vira vítima da violência); manobra dos três Poderes da República, dando tratamento diferenciado aos cidadãos (há os que têm foro privilegiado e os que não têm foro algum). As formas de violência são diversas: violência racial, doméstica, urbana, rural, sexual, política, religiosa e muitas outras. E até mesmo dentro das religiões existe certa prática de violência: há algumas atitudes e modos de agir que também são formas sutis de violência. O fato é que a violência se tornou sistêmica no país, como aponta o manual da Campanha da Fraternidade de 2018. Todos sofremos com a violência no Brasil, e, nesse sentido, a população acaba escravizada e dominada dentro do próprio país. No Brasil, as campanhas de fraternidade funcionam como meios de evangelização, com vistas a transformar a sociedade, de modo que a convivência humana seja fraterna, cortês, civilizada. É preciso salvar o ser humano também no plano social, pois não há salvação divina sem salvação sócia, humana. O papel da Igreja, dos cristãos leigos e leigas, é essencial para a formação de nosso povo, para a evangelização e salvação de todos, até mesmo do Brasil como nação. A Campanha da Fraternidade acontece todos os anos, no tempo da Quaresma: tempo propício para evangelização, vivência do mistério salvífico da Cruz. Tempo de conversão, de retorno à nascente inesgotável da graça, da vida, que é Jesus Cristo ressuscitado; tempo de olhar a Páscoa, de dedicar-se à oração, ao amor a Deus e à solidariedade fraterna; tempo de penitência, conversão alimentada pela esperança, pela alegria da salvação. Em 2018, o propósito da Campanha da Fraternidade é ser um instrumento nas mãos das comunidades, dos movimentos, das pastorais e das pessoas de boa vontade, com o objetivo de superar a violência e fazer com que todos venham a viver como irmãos. O cristão que busca uma vida espiritual mais sincera e profunda, uma vida efetivamente ligada a Deus, deve estar disposto a ajudar a superar a violência. A Igreja no Brasil tem propostas concretas, por meio de encontros, reflexão e ação com diversos seguimentos da sociedade, incluindo todas as vítimas, direta e indiretamente. Comprometa-se, participe ativamente dessa campanha! Pe. Ergo Dias Araújo, CSsR